A psicoterapia é um espaço de escuta, cuidado e construção conjunta entre o paciente e o psicólogo.
Iniciar um processo psicoterápico é um passo importante que pode envolver algumas dúvidas tanto para quem começa quanto para quem acompanha, como os pais ou responsáveis.
Para que esse processo funcione bem, alguns combinados são importantes desde o início — como o compromisso com os horários, o entendimento sobre não cancelamentos, faltas e os acordos feitos, mesmo que sejam verbais.
O texto a seguir visa ajudar a esclarecer essas etapas e acordos, promovendo um entendimento compartilhado entre adolescente, psicólogo(a) e família, bem como as expectativas, responsabilidades e limites do relacionamento terapêutico.
Importante: Cada paciente tem necessidades individuais, mas deve seguir diretrizes e regras básicas para garantir a eficácia, a produtividade e o alcance dos resultados desejados. São elas:
Diretrizes:
1 – Abertura e Comprometimento: esteja disposto para participar ativamente das sessões e comprometa-se com o processo, incluindo atividades ou exercícios sugeridos. A aplicação dos insights oferecidos pode aprofundar e facilitar significativamente seu autoconhecimento.
2 – Autocuidado: entre as sessões, priorize cuidar de si e utilizar as estratégias de coping, através dos métodos e habilidades indicados para lidar com o estresse e adversidades, superando-os de forma eficaz, com bem-estar emocional e adaptando-se aos desafios e mudanças na vida. Busque suporte emocional tanto em sua rede de apoio quanto com o psicoterapeuta, quando necessário.
3 – Autorreflexão: observe padrões de comportamento e pensamento com disposição para refletir sobre si e suas experiências entre as sessões.
4 – Comunicação aberta: qualquer preocupação, dúvida ou desacordo deve ser expresso aberta e respeitosamente durante as sessões.
5 – Honestidade: seja aberto e honesto durante as sessões, compartilhe pensamentos, sentimentos e preocupações de forma genuína – essa espontaneidade é essencial para seu progresso. Qualquer dificuldade ou preocupação que surja durante o processo psicoterápico deve ser comunicada ao psicólogo.
6 – Persistência: a psicoterapia pode incluir momentos difíceis, desafiadores e de resistência. Esteja pronto para enfrentá-los e continuar trabalhando em sua jornada de autoconhecimento, mesmo quando sua mente sugerir o contrário e sentir vontade de desistir. Os benefícios de superar esses desafios são sempre muito gratificantes.
7 – Os limites: Entender os limites e a natureza do relacionamento com o profissional, que é amistosa e cordial.
8 – Confidencialidade e Sigilo: respeite a privacidade do espaço terapêutico e evite discutir sobre as sessões com outras pessoas, a menos que tenha o consentimento prévio do profissional. O que é dito entre paciente e psicólogo se restringe ao ambiente do consultório, salvo em caso de necessidade a ser avaliada pelo profissional.
Regras:
1 – Respeito: o psicólogo, outros pacientes e o ambiente psicoterapêutico devem ser respeitados como um todo, incluindo ouvir atentamente, evitar interrupções (também em psicoterapia de grupo) e tratar todos com consideração e gentileza.
2 – Distração e interrupção: celular, relógio e aparelhos diversos devem permanecer desligados durante o atendimento.
3 – Frequência e duração das sessões: em geral encontro semanal de 50 minutos. Cada pessoa tem uma história, por isso frequência e duração dependerão do momento do paciente, podendo haver indicação de mais sessões por semana, de mais de um horário, conforme a necessidade.
4 – Pagamento: o valor acordado é pago com antecedência às sessões via transferência bancária e envio do comprovante. É comum o paciente pagar sessões antecipadas com a finalidade de se comprometer ainda mais ao processo.
5 – Pontualidade: compareça aos encontros com cinco minutos de antecedência e avise em caso de eventual atraso. Procure estar alimentado e com roupa confortável.
6 – Ausências: devido à natureza do processo psicoterápico, é importante evitar ausência ou faltas. No entanto, se necessário, avise com pelo menos 24 horas de antecedência para possibilitar o remanejamento da sessão dentro da mesma semana.
7 – Cancelamentos ou faltas de última hora são cobrados. Uma falta acarreta diversas consequências, como interrupção do planejamento, possíveis resistências cristalizarem-se e impactos significativos no processo psicoterápico. Além disso, representa perda financeira para o profissional, que se comprometeu e não terá tempo para realocar o horário para outro paciente, afetando também sua programação financeira. Ao pagar por uma falta, o paciente reflete sobre vários aspectos, incluindo empatia, respeito e valorização do tempo de ambos e conscientização sobre o respeito ao tempo de todas as pessoas, estimulando ao compromisso e comparecimento. Em caso de urgência ou emergência comprovadas, o psicólogo pode decidir cobrar metade do valor da sessão.
8 – Aviso prévio para Interrupção do Processo: existem situações que podem influenciar o desejo pela interrupção, como pressa em alcançar os objetivos, falta de conexão ou insatisfação que dificultam o progresso, bem como mudança na condição financeira ou endereço, seja por emprego ou mesmo de cidade. Embora a interrupção não seja comum ou recomendada, ao sinalizar o desejo de interromper, é estabelecido prazo de um mês para que sejam verificados cuidadosamente os motivos que podem estar dificultando a continuidade e o sucesso do trabalho. Durante esse período, muitas vezes é possível encontrar soluções para preocupações e problemas ou preparar referências para outros profissionais e recursos de apoio, se necessário.
9 – Reajuste do valor acordado – anual (em janeiro).
Papel e responsabilidades do psicólogo:
1 – O bem-estar do paciente é prioridade. Em casos de dificuldades financeiras, trabalharemos juntos para buscar soluções viáveis em colaboração mútua.
2 – Oferecer apoio emocional, insights, orientação e feedback para diversas situações como transtornos de ansiedade, depressão, trauma, luto, dificuldades nos relacionamentos, compulsões, síndromes e outros desafios emocionais.
3 – Identificar objetivos que o paciente deseja alcançar, destacar a subjetividade do processo na exploração das questões comportamentais, emocionais e psicológicas, bem como o campo de possibilidades e estratégias a serem utilizadas.
4 – Proporcionar ambiente acolhedor, respeitoso e seguro durante as sessões.
5 – Confidencialidade e ética: salvo em caso de risco ao paciente e à sociedade, os conteúdos abordados nos atendimentos estão seguros pelo Código de Ética e Sigilo Profissional.
6 – Atendimento particular – em caso de necessidade, pode ser emitido recibo para convênio ou Imposto de Renda, medida a ser combinada previamente ou em caso de necessidade.
7 – Estar disponível no horário agendado – cada sessão em psicoterapia tem duração de 50 minutos.
8 – O atendimento pode ser remoto / on-line conforme necessidade, distância geográfica e mobilidade reduzida ou comprometida.
9 – Oferecer suporte psicológico via aplicativo, mensagem ou ligação telefônica em caso de necessidade ou urgência.
Início, duração e término: conforme a história de cada paciente
1 – Início: desde que ingressa na vida, o ser humano se encaminha para seu autoconhecimento e desenvolvimento. Essa é uma jornada que ocorre conforme internaliza percepções e experiências ao longo de sua história, podendo ser muitas e várias especialmente marcantes, o que determina que busque apoio psicoemocional. Obviamente, quanto antes a pessoa procura ajuda, tanto antes poderá experimentar mais tranquilidade. Em geral, seja qual a dinâmica ou sofrimento psíquico, nos dois meses iniciais, têm-se mostrado muito satisfatório para a retomada do equilíbrio emocional, encontros de dois horários por semana.
2 – Duração: enquanto haja conteúdo a ser ressignificado.
3 – Término: o momento da alta é sinalizado comumente pelo psicólogo, bem como o próprio paciente pode perceber que sua autonomia e autoestima estão elevados o suficiente para seguir confiante em sua vida. Nesse momento, o intervalo de um mês é estabelecido para que o processo seja direcionado a seu termo.